

Última atualização em 26/11/2025 por Especialista em Gestão de Projetos, GPRO
Em um mercado global cada vez mais exigente e volátil, a Logística deixa de ser responsável só pela execução das atividades, como transportar ou armazenar, mas também pela inteligência de planejar, controlar e aprimorar a operação. E, é nesse contexto, que os KPIs (Key Performance Indicators) se tornam a ferramenta de gestão indispensável.
Neste texto, exploro como o planejamento da demanda, a gestão de estoques e do transporte por meio de KPIs transformam dados em decisões que alinham operações à estratégia da empresa, culminando em projetos de alto impacto, como a Torre de Controle Logística.
O Council of Supply Chain Management Professionals (CSCMP) define logística como:
“A parte da gestão da cadeia de suprimentos que planeja, implementa e controla o fluxo e a armazenagem eficiente e eficaz, direto e reverso, de mercadorias, serviços e informações relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de consumo, a fim de atender às necessidades dos clientes.”.
Suas atividades incluem gestão de transporte, gestão de estoques e planejamento de demanda. A logística está envolvida em todos os níveis do planejamento: estratégico, tático e operacional.
O planejamento acontece quando a informação é transformada em previsão de demanda. A previsão de demanda é a estimativa de quantidade futura de produtos ou serviços que os clientes irão comprar, usando dados históricos, tendências de mercado e outros fatores.
O planejamento de demanda obtido através da previsão tem como objetivo alinhar a produção, estoques e capacidade com a demanda real do mercado, evitando tanto o excesso de estoque (custo alto) quanto a falta de produtos (perda de vendas e insatisfação do cliente). Ele permite coordenar as ações e maximizar a lucratividade da cadeia.
As tecnologias de informação são fundamentais nesse caso. Os sistemas de planejamento de recursos da empresa (enterprise resource planning, ERP), tipo SAP ou Totvs, rastreiam e dão visibilidade de todas as funções da empresa. Os sistemas de gerenciamento da cadeia de suprimento, tipo o9, Kinaxis e Blue Yonder, fornecem decisões analíticas e ajudam a decidir como deve ser feito.
O estoque existe por inadequação entre suprimento e demanda, ele ajuda a amortecer as incertezas no suprimento ou na demanda.
O grande desafio da gestão de estoques está em conciliar o nível de serviço ao cliente, produtividade da fábrica, evitar excesso de inventário e perda de capital de giro (estoque é dinheiro parado!). Por exemplo, se agilidade for um valor para seu cliente, você pode optar por manter altos níveis de estoque, porém poderá prejudicar seu fluxo de caixa para pagar fornecedores e tributos.
A decisão do que e quanto manter em estoque deve estar alinhada com a análise do ciclo de vida do produto (figura 1). Por exemplo, se um produto estiver no ciclo de declínio, o estoque operacional (saudável) pode se tornar excessivo e, com o tempo, vai envelhecendo e se tornando inativo e obsoleto. Portanto, é sempre importante fazer a gestão do estoque conforme o ciclo de vida do produto:
Figura 1 – Classificação do Estoque

Fonte: Autor, 2025
O transporte é o movimento do produto de um local a outro na cadeia de suprimentos, que pode ser realizado por cinco diferentes modais: via aérea, caminhão, trem, navio e dutos. A gestão do transporte também precisa considerar a rota a ser percorrida (o caminho que deverá ser percorrido) e a rede utilizada (locais por onde o produto será transportado).
Para fazer a gestão do transporte, é fundamental planejar e otimizar rotas, gerenciar a frota e os custos, garantir a segurança e o cumprimento da legislação, e investir em tecnologia e treinamento. A gestão eficiente envolve monitoramento contínuo, comunicação eficaz com todas as partes e o uso de indicadores de desempenho para melhorias constantes.
Os custos de transporte nas grandes empresas brasileiras gira em torno de 60% do custo logístico, segundo o Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), atingindo a marca de 940 bilhões de reais em 2024. Sendo que a matriz de transporte brasileira é essencialmente rodoviária.
A estratégia competitiva de uma empresa é o conjunto de necessidades do consumidor que ela pretende satisfazer. E, para ser bem-sucedida, todas as funções da empresa, incluindo a logística, devem garantir que o desempenho esteja coerente com as necessidades do cliente.
Os KPIs (Key Performance Indicators), ou Indicadores-Chave de Desempenho, são as métricas quantificáveis usadas para avaliar o desempenho de uma empresa. Eles permitem:
A periodicidade do acompanhamento deve ser adequada ao KPI. Indicadores operacionais podem exigir monitoramento diário ou semanal, enquanto os KPIs estratégicos de alto nível podem ser revisados mensal ou trimestralmente.

A cadeia logística deve alcançar o alinhamento estratégico combinando a responsividade (velocidade) e a eficiência (baixo custo), examinando 3 áreas-chave de desempenho: planejamento, estoque e transporte.
Planejamento da Demanda:
Após a elaboração do planejamento da demanda dos produtos, considerando demanda média, tendência do mercado, sazonalidade e elementos cíclicos, é importante medir a efetividade do que foi previsto (forecast). Os principais indicadores são:
Gestão de Estoque:
O monitoramento da gestão do estoque deve contemplar KPIs operacionais e financeiros.
KPIs financeiros:
KPIs operacionais:
Gestão do Transporte:
Os principais indicadores de desempenho (KPIs) do transporte medem atendimento ao cliente, eficiência, custo e qualidade da operação logística. Porém, os custos são bastante monitorados porque o transporte tem representativa participação nos custos logísticos.
Alguns exemplos de KPI são:
Uma grande varejista com distribuição nacional enfrenta altos custos e perda de clientes devido a atrasos e falhas nas entregas e ela analisa seus KPIs:
Então, para melhorar o desempenho operacional, a empresa identifica que um projeto de transformação digital do transporte é a solução. Ela decide implementar uma Torre de Controle Logística para monitorar a operação e otimizar os KPIs de transporte.
Resultado: A Torre de Controle construída com dashboards e alertas em tempo real focados em indicadores permitiu ao gerente de logística não só trabalhar de maneira reativa, mas adotar uma postura preditiva.
Desenvolver projetos estratégicos em logística requer mais do que conhecimento operacional, é necessário conhecer a gestão de negócios e identificar como o projeto contribuirá com a estratégia da empresa.
O curso Advanced MBA Gestão Estratégica de Projetos da FIA Business School- Gestão de Projetos propicia uma formação que integra o conhecimento de gestão de negócios e de gestão de projetos para transformar dados de KPIs logísticos em vantagem competitiva. O dinamismo dos negócios requer profissionais aptos a desenvolver projetos a cada novo cenário.
Os KPIs logísticos são mais do que números; são ferramentas poderosas para otimizar operações, reduzir custos e impulsionar resultados de negócios e projetos. Quando KPIs estratégicos são alinhados à estratégia competitiva, eles deixam de ser números em relatórios e se tornam gatilhos para transformação.
Profissionais que dominam a gestão de negócios e projetos, como os formados no Advanced MBA Gestão Estratégica de Projetos da FIA Business School – Gestão de Projetos, são os arquitetos dessa mudança: transformam dados logísticos em diferencial de mercado, garantindo eficiência, resiliência e fidelização do cliente em um mundo cada vez mais volátil.