Gestão de Mudança 4.0 aplicada à Gestao de Projetos: Atravessando a Onda da IA

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Gestão de Mudança 4.0 aplicada à Gestao de Projetos: Atravessando a Onda da IA

O webinar promovido pela FIA Business School Gestão de Projetos abordou o tema crucial de como a Inteligência Artificial (IA) está remodelando a gestão de projetos e a necessidade de uma Gestão de Mudança 4.0 para navegar nessa nova era. Com a convidada especial, Vanessa, líder de projetos na Netflix em Los Angeles e docente da FIA.

Vanessa destacou a velocidade acelerada das mudanças no cenário atual e a ansiedade organizacional resultante. Baseando-se em um estudo da PwC, ela explorou seis desafios e oportunidades que a IA apresenta para as empresas, incluindo seu papel como diferencial estratégico, o impacto incerto na força de trabalho, a necessidade de práticas responsáveis, a conexão com a sustentabilidade, a aceleração dos ciclos de desenvolvimento de produtos e a transformação competitiva em diversos setores.

A palestrante enfatizou que a IA visa ampliar a capacidade humana, não substituir, e que a gestão de mudança deve focar na colaboração entre pessoas e IA, incentivando a criatividade e o pensamento crítico para o sucesso na adaptação a este novo paradigma.

A Velocidade Incontrolável das Mudanças e o Imperativo da Gestão de Mudança

Vanessa ressaltou a natureza exponencial das mudanças atuais, que superam a capacidade das empresas de se adaptar e comunicar efetivamente. Essa dinâmica gera um “clima coletivo de ansiedade”, tanto interna quanto externamente. A gestão de mudança torna-se fundamental para manter as pessoas “na mesma página” e alinhadas aos redirecionamentos estratégicos.

"As mudanças hoje em dia elas acontecem de maneira cada vez mais rápida... E tem sido difícil para as empresas acompanhar essa velocidade com que as mudanças acontecem, transmitir para os colaboradores, né, as mensagens relacionadas às mudanças... e é nesse sentido que o Change Management, a gestão de mudanças se torna tão importante, porque existe esse clima coletivo de ansiedade."
Vanessa Costa
Executva em Gestão de Mudanças e Projetos

A IA como Diferencial Estratégico e a Necessidade de Adoção Responsável

O webinar destacou que a IA não é mais uma opção, mas um diferencial estratégico essencial para a competitividade das empresas, independentemente do porte. No entanto, sua adoção deve ser acompanhada de um plano estratégico claro, evitando a simples adesão por atualização. Além disso, Vanessa frisou a importância de “práticas responsáveis” na implementação da IA, abordando questões de segurança, conformidade e confiança, que ainda são barreiras significativas para muitos executivos.

"Um dos primeiros pontos é que a inteligência artificial ela é um diferencial já, né, dentro dos negócios, dentro da estratégia das corporações, né, e se ela não for, as organizações elas vão ter muita dificuldade em alcançar as outras empresas... existe um grande problema que é a adoção dessas ferramentas às vezes sem um plano estratégico... O retorno sobre o investimento dessas práticas da AI depende de práticas que sejam responsáveis."
Vanessa Costa
Executva em Gestão de Mudanças e Projetos

IA e a Redefinição do Trabalho: Mais Colaboração, Menos Substituição

A Inteligência Artificial promete revolucionar o ciclo de desenvolvimento de produtos, como exemplificado pela redução de 50% no tempo de descoberta de medicamentos. Essa aceleração exige uma adaptação profunda da infraestrutura e dos times internos. Vanessa salientou que o foco da IA deve ser na ampliação da visão e capacidade dos colaboradores, e não na substituição. Os novos papéis devem valorizar a criatividade, resolução de problemas e pensamento crítico, enquanto a IA assume tarefas mais básicas.

"A inteligência artificial, ela vai reduzir muito o ciclo de desenvolvimento dos produtos... agora imagina, né, numa indústria farmacêutica... de 50%, né, é uma adaptação de todo o time interno para lidar com isso... o que a gente pode falar é que essa mudança, né, a gente, ela visa ampliar, né, ela não visa substituir, o que a gente quer é ampliar a visão das pessoas."
Vanessa Costa
Executva em Gestão de Mudanças e Projetos

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abordagem em gestão de projetos!

A velocidade vertiginosa das transformações digitais e tecnológicas tem redefinido o cenário corporativo global. No epicentro dessa revolução, a Inteligência Artificial (IA) emerge não apenas como uma ferramenta inovadora, mas como um catalisador de mudanças profundas em processos, estratégias e culturas organizacionais. 

A Onda da IA: Um Cenário de Mudança Acelerada

“As mudanças hoje em dia elas acontecem de maneira cada vez mais rápida.” Vanessa observou que a capacidade das empresas de acompanhar essa velocidade e comunicar as mensagens de mudança aos colaboradores tem sido um desafio crescente. Esse ritmo acelerado gera um “clima coletivo de ansiedade”, intensificado pela constante exposição a notícias e transformações no mercado de trabalho. A referência a movimentos de gigantes como Amazon e Microsoft que “cascateiam outras mudanças em outras empresas” ilustra a interconexão global das inovações.

Internamente, a falta de clareza sobre o posicionamento da empresa diante dessas transformações alimenta ainda mais a ansiedade, impactando diretamente os resultados e a performance. É nesse ponto que a Gestão de Mudança (Change Management) se torna indispensável. “Por isso que é importante falar sobre esse tema de como essa gestão de mudança pode nos ajudar nesse momento, né, porque as empresas precisam ficar todo tempo fazendo um redirecionamento da estratégia”, afirmou Vanessa, sublinhando a necessidade de comunicar e manter as pessoas alinhadas nesse processo de reorientação estratégica.

Os Seis Desafios da IA Segundo a PwC e a Lente da Gestão de Mudança

1. A IA como Diferencial Estratégico Inegociável:

O primeiro ponto do estudo destaca que a IA já é um diferencial competitivo. “A inteligência artificial ela é um diferencial já, né, dentro dos negócios, dentro da estratégia das corporações, né, e se ela não for, as organizações elas vão ter muita dificuldade em alcançar as outras empresas”, disse Vanessa. Isso se aplica a empresas de todos os portes.

O grande problema, no entanto, é a adoção dessas ferramentas sem um plano estratégico claro, apenas para “estar atualizado”. Uma estratégia de IA deve ter uma visão de longo prazo, considerando a função das ferramentas, a concorrência e a vantagem duradoura que pode ser gerada. A palestrante mencionou abordagens como “Ground Game” (ganhos incrementais), “Rooftop Shot” (mudanças radicais em processos) e “Moon Shot” (mudança no modelo de negócio inteiro), ressaltando que a empresa precisa decidir o escopo de sua transformação.

 

2. O Impacto Incerto na Força de Trabalho:

A ansiedade mais comum em relação à IA é o medo da substituição de empregos. Vanessa reconheceu essa preocupação, mas também apontou para a incerteza real do impacto a médio prazo. “Nesse primeiro momento toda a ansiedade que tem sido causada pelas ferramentas de inteligência artificial e tudo mais tem sido referente ao medo que as pessoas têm de substituição do seu próprio trabalho”, observou.

Contudo, ela levantou a hipótese de que, com o aumento da produtividade e ganhos de receita impulsionados pela IA, as empresas podem precisar contratar mais. Muitas ferramentas de IA ainda não estão integradas aos sistemas das empresas, sendo usadas de forma pontual. A clareza de que esse impacto é ainda desconhecido é crucial, e a gestão de mudança deve preparar as organizações para cenários diversos, incluindo a possível elevação de headcounts em certas áreas.

3. A Necessidade de Práticas Responsáveis: 

O retorno sobre o investimento em IA está intrinsecamente ligado a práticas responsáveis. Vanessa mencionou que 25% a 30% dos executivos ainda demonstram falta de confiança na IA, abrangendo riscos de segurança, uso de informações e infraestrutura. “O retorno, né, sobre o investimento dessas práticas da AI depende de práticas que sejam responsáveis”, enfatizou.

Questões de conformidade e impacto ético são fundamentais. A liderança precisa se sentir confiante para adotar essas ferramentas, e a falta de responsabilidade é uma barreira significativa para a implementação e o sucesso da IA.

4. IA, Valor e Sustentabilidade: 

A estratégia de IA deve gerar valor e estar alinhada com as práticas sustentáveis da empresa. Este é um ponto relativamente novo de preocupação. “Nós estamos descobrindo ainda os impactos de sustentabilidade das ferramentas de inteligência artificial, mas é algo que as empresas… precisa levar em consideração”, explicou Vanessa.

Empresas com forte compromisso ESG (Ambiental, Social e Governança) precisam conciliar o consumo de energia e infraestrutura de IA com sua imagem e produtos sustentáveis. A coesão da estratégia empresarial é vital para que não haja contradições.

5. A Redução de Ciclos de Desenvolvimento de Produtos:

A IA tem um potencial enorme para reduzir drasticamente o tempo de desenvolvimento de produtos. Modelos, simulações e testes podem ser acelerados, resultando em ganhos significativos.

Vanessa citou que alguns times ganham até 50% no tempo de desenvolvimento e reduzem custos em 30%, especialmente nos setores automotivo e aeroespacial. Ela destacou o setor farmacêutico, onde “o tempo de descoberta de novos medicamentos já caiu mais de 50%”.

Essa aceleração demanda uma “adaptação de todo o time interno para lidar com isso”, exigindo que as áreas subsequentes se adaptem a um novo timing. A gestão de mudança é fundamental para desenvolver a infraestrutura e integrar a IA na rotina dos times, “porque a gente está falando de change, a gente está falando de pessoas repensando workflows, repensando processos, repensando a maneira com que elas fazem determinadas atividades”.

6. Transformação Competitiva em Diversos Setores:

A IA redefinirá a competitividade em praticamente todos os setores – consumo, financeiro (com o surgimento das fintechs), saúde (diagnósticos e pesquisa) e industrial. Vanessa também mencionou a área de tecnologia e mídia, onde “esses agentes de AI vão se expandindo para que as pessoas consigam produzir conteúdo de uma outra maneira”.

Cada empresa, dada essa realidade, precisa priorizar práticas responsáveis, modernizar-se, buscar recursos e cultivar uma cultura de experimentação para determinar quais ferramentas de IA são adequadas à sua realidade.

Guiando Pessoas na Jornada da IA: O Papel da Gestão de Mudança 4.0

Diante de um cenário tão dinâmico e, por vezes, incerto, como guiar os colaboradores? Como os profissionais de projetos, que muitas vezes não contam com um especialista em gestão de mudança dedicado, podem integrar essas práticas em seus projetos? E para os gestores de mudança, quais novos horizontes se abrem?

Vanessa trouxe a perspectiva de que a IA não deve ser vista como uma substituição, mas sim como uma ampliação. “Essa mudança, né, a gente, ela visa ampliar, né, ela não visa substituir, o que a gente quer é ampliar a visão das pessoas”, explicou. Essa retórica é crucial para engajar os colaboradores e fazer com que se sintam parte da mudança, e não ameaçados por ela. A automação, nesse contexto, visa a expandir a visão dos colaboradores e, consequentemente, a capacidade de reinvenção da própria companhia.

A redefinição de papéis é inevitável, mas deve enfatizar aspectos intrinsecamente humanos. “A gente quer estimular que os colaboradores desenvolvam aspectos de resolução de problemas, criatividade, um pensamento mais crítico em relação às coisas, né, porque as tarefas que são extremamente básicas, a IA vai poder executar”, afirmou. Este é o cerne da Gestão de Mudança 4.0: focar na colaboração entre humanos e IA, liberando o potencial criativo e estratégico das pessoas enquanto a IA otimiza tarefas rotineiras.

A FIA Business School Gestão de Projetos na Vanguarda da Inovação

A palestra de Vanessa reforçou que o sucesso na era da IA não depende apenas da tecnologia em si, mas da capacidade das organizações de gerir a mudança humana de forma eficaz. A FIA Business School Gestão de Projetos, com seu compromisso em formar líderes que impulsionam o futuro, oferece as ferramentas e o conhecimento necessários para enfrentar esses desafios. É fundamental que as empresas e os profissionais compreendam que a gestão da mudança é um pilar estratégico para a adoção bem-sucedida da Inteligência Artificial.

A capacidade de integrar IA de forma responsável, entender seu impacto dinâmico na força de trabalho e fomentar uma cultura de inovação e adaptação são qualidades que o FIA Business School Gestão de Projetos se empenha em desenvolver em seus alunos. Ao focar na ampliação das capacidades humanas e no estímulo à criatividade e ao pensamento crítico, a instituição prepara seus gestores para liderar a próxima onda de transformação, equilibrando inovação com responsabilidade e garantindo que o fator humano permaneça no centro de qualquer avanço tecnológico. O convite é claro: engajar-se, aprender e liderar a mudança com a expertise da FIA Business School Gestão de Projetos.